terça-feira, 8 de junho de 2010

Todos os gostos do amor

Dia dos Namorados chegando. Caixa do correio eletrônico cheia de propagandas. O mundo dizendo o que fazer e como fazer um dia romântico. Aqui me pergunto: mera ação publicitária ou o amor precisa ser celebrado num dia especial?
Vivo todos os sabores do amor no dia dia. O açúcar do início vicia e deixa agitado, o melaço enjoa, mas em doses certas acaricia a alma. Assim como fígado com jiló, o amargo do ciúme pode fazer muito bem, com medida comedida. Uma briga pode ser ácida, e nem mesmo meu apurado gosto para o azedo me faz pensar em uma vantagem para as brigas, mas há quem acredita que elas colocam algumas coisas no lugar. Já o sal do amor está mais ligado à paixão, ele tempera os corpos suados que ao se misturarem criam um gosto único e quando acompanhado de uma boa pimenta, o ardor garante enorme prazer.
Tudo isso pode ser muito babaca. Os apaixonados sempre tendem ao açúcar. Mas deixar a relação cair no arroz-feijão, sem a preocupação de temperá-la e sempre transformá-la em um prato novo, é garantia de indigestão e aí, caro guloso, nem uma data especial com muita propaganda poderá salvá-la.
Deguste o melhor da vida.

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